O que começou como uma simples travessia pelo Alto Tapajós se transformou em uma verdadeira operação de resgate. Na última terça-feira, 11 de fevereiro, dois caminhosnetes transportadas com equipamentos, maquinários e até um compressor foram embarcados para cruzar o rio entre as comunidades de São José e São Martins. No entanto, já próximo ao destino, um arrependido temporal fez a embarcação naufragar, levando os veículos para o fundo do rio.
A partir desse momento, iniciou-se uma complexa operação de resgate. Com o apoio de embarcações, compressores e mergulhadores, equipes especializadas vasculharam as águas do Tapajós, em profundidades que variavam entre 10 e 14 metros. Cinco dias depois, os veículos foram localizados em uma área repleta de pedras, exigindo uma nova estratégia para sua remoção.
Tonéis de 200 litros foram lançados à água e necessários com ar dos compressores para gerar a força necessária para trazer os caminhos à superfície – cada uma pesando entre 4 e 5 toneladas. Foram mais de dois dias de trabalho intenso até que os veículos emergiram.
O transporte de caminhos em embarcações fluviais é uma prática comum na região, pois muitas localidades da margem direita do Tapajós só são acessíveis por via aérea ou fluvial. Apesar dos riscos, acidentes como esse são raros.
Após serem retiradas da água, as rotas foram levadas para Itaituba, onde passaram por reparos antes de voltarem à operação. O prejuízo estimado já ultrapassa R$ 80 mil, mas o saldo mais importante foi que ninguém se feriu – apenas perdas materiais e uma história que será lembrada por muito tempo.