A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (16) uma operação com o objetivo de desarticular uma organização suspeita de cometer fraudes em processos de crédito rural, corrupção de servidores públicos e crimes ambientais, em especial na Amazônia Legal. Dois servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e quatro da Secretaria de Meio Ambiente e Mineração de Itaituba, no Pará, foram afastados por suspeita de envolvimento. Os órgãos ainda não se manifestaram.
Além do Pará, a operação está sendo realizada no Mato Grosso e em Goiás. Foram cumpridos três mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o sequestro de bens dos investigados em valores que chegam a cerca de R$ 100 milhões.
A investigação da PF aponta que uma empresa de regularização fundiária estaria envolvida na falsificação de documentos para instruir processos de solicitação de crédito rural. Os suspeitos de crimes ambientais, então, conseguiam obter financiamento destinado à exploração de áreas ilegalmente desmatadas. Conforme apuração, cerca de 5 mil hectares de floresta foram desmatados e queimados após a liberação do crédito rural.
"No decorrer das apurações, foi constatado que funcionários de uma empresa corrompiam servidores de secretarias de meio ambiente e órgãos fundiários, assegurando decisões favoráveis mediante o pagamento de propina", informou a polícia.
A empresa de regularização fundiária suspeita de envolvimento no esquema teve suas atividades interrompidas e está proibida de operar no mercado. Uma agência bancária suspeita de ter concedido crédito a áreas embargadas por órgãos ambientais também teve suas operações de financiamento rural suspensas.