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Seca severa no Rio Tapajós provoca impacto no turismo e declarações de emergência em municípios do oeste do Pará

Nível do rio atinge 1,15m em Santarém, comprometendo travessias em Alter do Chão, enquanto comunidades ribeirinhas enfrentam dificuldades com transporte e acesso a água potável.

25/09/2024 às 09h14
Por: Moisés Sodré Fonte: Redação RB1 com informações G1 Santarém
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Alter do Chão em Santarém. Foto: Bruno Cruz/Agência Pará
Alter do Chão em Santarém. Foto: Bruno Cruz/Agência Pará

O Rio Tapajós, que banha os municípios de Itaituba e Santarém, na região oeste do Pará, atingiu níveis críticos nesta segunda-feira (23), com medições de 1,19m e 1,15m, respectivamente. Em consequência, a Agência Nacional das Águas (ANA) declarou, pela primeira vez, situação crítica de escassez hídrica no trecho que compreende essas cidades.

Segundo a Defesa Civil Municipal, o nível do rio está 1,33m abaixo do registrado na mesma data em 2023, quando a régua de medição no porto de Santarém marcava 2,48m. A baixa severa já afeta o turismo na vila balneária de Alter do Chão, onde catraieiros, que fazem a travessia de banhistas até a Ilha do Amor, estacionaram suas canoas devido à queda drástica no volume de água no canal, prejudicando sua principal fonte de renda.

O atual nível do Rio Tapajós em Santarém está 95 cm abaixo da cota de alerta, que é de 2,10m. O recorde histórico de seca foi registrado em 2023, quando o nível do rio chegou a 44 cm, superando a marca anterior de 50 cm, datada de outubro de 2010.

Em virtude da escassez, o Governo Federal reconheceu no dia 19 de setembro o estado de emergência em cinco municípios do oeste do Pará: Santarém, Juruti, Prainha, Óbidos e Oriximiná. Com isso, as prefeituras dessas cidades estão autorizadas a solicitar recursos federais para implementar ações emergenciais.

As regiões mais impactadas pela crise hídrica em Santarém incluem Aritapera, Arapixuna, Tapará, Lago Grande, Ituqui, Urucurituba e o distrito de Alter do Chão. Nessas áreas, a navegação está comprometida, assim como o acesso a água potável e alimentos. A pesca, fonte de subsistência para muitas famílias, também foi prejudicada.

Na comunidade de Pau da Letra, na região de Boim, a situação levou a ações extraordinárias. Recentemente, o condutor de uma embarcação escolar precisou carregar 13 crianças nos ombros, uma a uma, para garantir que chegassem à escola e não perdessem uma prova, devido ao baixo nível de água que impedia a aproximação da embarcação à margem.

Para auxiliar as comunidades afetadas, a Prefeitura de Santarém decretou situação de emergência em 17 de setembro, autorizando a mobilização de recursos e a dispensa de licitação para aquisições emergenciais. Além disso, a prefeitura está promovendo campanhas de arrecadação para ajudar os mais atingidos.

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