"É uma área que é majoritariamente masculina.", Nadya está falando do setor elétrico brasileiro, uma das estruturas mais importantes para a segurança nacional, e que em Altamira e na região do Xingu, contam com o carisma, conhecimento e profissionalismo da engenheira Nadya Byanca.
Com 26 anos, ela se formou em engenharia eletricista e participou do programa de trainee da empresa, e logo se destacou. Em dezembro de 2021 assumiu a manutenção de alta tensão da Equatorial Altamira e hoje comanda uma equipe de seis homens. Tarefa que ela afirma não ser fácil, mas que lhe dá muito prazer.
"Então, recentemente a gente estava fazendo o serviço de comissionamento e energização da nova subestação de Pacajá, e estava à frente do comissionamento, era uma equipe de 10 homens e eu era a única mulher. Então têm momentos que são desafiadores, que a gente precisa se impor, precisa mostrar o nosso valor porque a gente está ali.", explica Nadya Byanca Carvalho Cruz.
A gente está ali por um motivo, que a gente tem a capacidade e a gente merece estar ali. Então, de vez em quando, a gente precisa se impor pAra eles entenderem que a gente está no mesmo nível que eles."
Em campo, ela comanda a equipe, avalia as ações e precisa pensar de forma rápida e organizada para garantir que tudo seja executado corretamente. Trabalho muitas vezes pesado, que a todo momento testam suas habilidades.
"É bastante complicado, no meu caso, eu sou responsável pela manutenção de alta tensão, então cuido de todas as subestações e linhas de transmissões aqui da nossa regional. Então, é um pouco mais complexo, tem uma responsabilidade um pouco maior, porque se a gente tem um problema aqui, a gente afeta todas as cidades.", explica.
Dados do IBGE divulgados em 2022 mostram que no Brasil apenas 37,4% dos cargos gerenciais são comandados por mulheres, já no cenário mundial, a média é bem pior, apenas 31%. Preconceito, medo dos julgamentos e desvalorização estão no topo da lista que acabam por desencorajar o público feminino a brigar por mais espaço, mas apesar da dureza, Nadya conta que não se intimida com as dificuldades.
"Tem dias quando a gente vai para campo, que tem que sujar, que a gente volta suada, suja, cabelo desarrumado, mas tem dias que a gente consegue vir um pouco mais arrumada, e eu acho que isso é o bacana de ser mulher. A gente consegue mostrar todas as faces que a gente tem, tem dias que a gente vem mais arrumada, tem dias que a gente vem mais tranquila, eu acho que esse é o grande ponto da gente ser mulher.", conta a engenheira.
"De poder mostrar nossa firmeza no trabalho, mas também mostrar que a gente pode ser feminina, que a gente pode ser delicada, mas sempre mostrando o nosso trabalho, nossa qualidade, com respeito, impor o nosso lugar no que a gente estiver fazendo."
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